É PRECISO ESPERAR MUITO PARA OBTER UMA REVISÃO DA APOSENTADORIA?

É PRECISO ESPERAR MUITO PARA OBTER UMA REVISÃO DA APOSENTADORIA?

Pedir a revisão da aposentadoria é um direito de todo segurado do INSS que acredita ter recebido um benefício calculado de forma incorreta ou com valor menor do que o devido.


De acordo com a Lei nº 8.213/1991 e o Decreto nº 3.048/1999, o INSS tem até 90 dias para analisar requerimentos administrativos, incluindo os pedidos de revisão.


Um acordo recente do Supremo Tribunal Federal (STF), fixou prazos mais claros para a análise dos pedidos administrativos.


No Tema 1066 da Repercussão Geral foi firmado um termo de compromisso entre o INSS, o MPF, a DPU e a União, definindo limites para a apreciação de requerimentos previdenciários.


O acordo determina que, mesmo quando houver necessidade de diligências complementares, como juntar documentos ou realizar perícias, o prazo máximo de análise deve ser de 45 dias.


Além disso, a cláusula 7ª do mesmo acordo trata da implantação de revisões judiciais, estabelecendo o prazo de 90 dias para cumprimento das determinações judiciais,  prazo contado a partir da intimação regular.


Por que então, demora mais que o prazo estabelecido na lei?


O INSS recebe diariamente milhares de requerimentos, aposentadorias, auxílios, pensões e revisões, muito além da capacidade de análise imediata dos servidores. A demanda ainda supera a estrutura disponível, o que acarreta numa fila gigante.


Além disso, os pedidos de revisão variam muito em dificuldade. Alguns envolvem cálculos simples; outros exigem análises detalhadas de vínculos antigos, tempo especial, conversão de tempo rural ou documentos complexos.

Documentos incompletos são pontos cruciais. Quando o segurado não apresenta todos os documentos necessários, o processo é interrompido até a regularização.
O INSS pode emitir uma exigência, e enquanto o segurado não cumpre, o prazo fica suspenso.

A necessidade de perícia médica, nos casos que envolvem invalidez ou incapacidade, pode atrasar semanas ou meses, de acordo com a disponibilidade da agenda do INSS.

Por isso, quando o pedido administrativo é negado ou não é analisado em tempo razoável, o segurado pode recorrer à Justiça. Neste caso, o processo pode se prolongar por anos, especialmente se houver perícia judicial ou recursos. Uma advogada previdenciarista, neste casos, pode ser imprescindível.

Então, quanto tempo o processo leva?

Na prática, o tempo de análise de um pedido de revisão varia entre 6 meses e 1 ano, dependendo do tipo de revisão e da localidade da Agência da Previdência Social (APS) ou do juízo responsável.

Em casos simples e bem instruídos, a resposta pode chegar em poucos meses.
Já processos mais complexos, com necessidade de diligências ou perícias, podem ultrapassar 12 meses.


Acompanhe o andamento da revisão


Desta forma:


  1. Acesse meu.inss.gov.br ou baixe o app “Meu INSS”;

  2. Faça login com a conta gov.br;

  3. No menu, clique em “Consultar Pedidos”;

  4. Localize o protocolo referente à revisão da aposentadoria.

É possível verificar se o pedido está em análise, se há exigências pendentes ou se já foi concluído.

Não se esqueça de consultar com frequência, para que não deixe de cumprir nenhuma exigência e tenha o processo arquivado.


E se demorar muito?

Neste caso, consulte a:

Ouvidoria do INSS e registre uma reclamação. Isso pode ajudar a destravar o processo, chamando atenção para a demora.

Se houver excesso de prazo, é possível ingressar com um mandado de segurança para obrigar o INSS a analisar o pedido.  Essa ação não decide o mérito da revisão, mas garante uma resposta.

Ainda, se o pedido for negado ou analisado incorretamente, o segurado pode entrar com uma ação judicial de revisão.

Atenção, segurado!

  • Organize todos os documentos antes de pedir a revisão;
  • Acompanhe pelo Meu INSS;
  • Conte com uma advogada previdenciarista (no escritório temos várias) ; 

Enfim, mesmo que a lei determine que o INSS tem até 90 dias para analisar pedidos de revisão, na prática o prazo raramente é respeitado. 

Com acompanhamento de uma advogada previdenciarista e organização, é possível evitar atrasos desnecessários e garantir que o direito à revisão seja reconhecido da forma mais rápida possível.


Espero ter ajudado.

Juliane Penteado


  • Advogada previdenciarista;
  • Palestrante;
  • Professora de pós-graduação e cursos de extensão;
  • Coordenadora Regional do Centro-Oeste do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP);
  • Diretora Adjunta de Relações Institucionais;
  • Diretora Adjunta de RPPS;
  • Diretora Adjunta de Relacionamento com o Direito das Famílias;
  • Todas pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP;
  • Sócia-proprietária do escritório Penteado Santana Advocacia.
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